terça-feira, 1 de outubro de 2013

A grande ilusão!


Este é essencialmente o meu mural de lamentos quando, no futebol, as coisas vão mal. E hoje resolvi despertar este anónimo monstro dormente.

Não considero que as coisas tenham andado bem há cerca de 2 anos para cá mas, as vitórias na liga, mesmo que através do futebol mais aborrecido da história do clube, adormeceram este espaço. Contudo, este início de temporada veio recordar-me de alguns dos meus argumentos passados e dar-me a certeza de que, os dois últimos títulos da equipa foram mais demérito do benfica do que mérito de um Porto em retrocesso no seu modelo de gestão do futebol.

Hoje assisti a mais uma partida deste FCPorto. Desta feita, contra um Atlético de Madrid que alguns insistem em transformar, por conveniência, em grande equipa, o resultado foi o espectável e o desaguar lógico de todas as exibições até ao presente. Na verdade, bastou uma equipa liderada por um grande treinador vir ao Dragão jogar com calma e inteligência para fazer gato sapato de um clube que, dentro de campo, se comporta como um bando de crianças em folia reagindo ferozmente ao toque para intervalo.

Como todos os jogos até ao presente, o Porto começa por cima. Começa porque corre como um doido. Dão tudo por tudo, talvez pressionados pelos adeptos, pelas palavras de um treinador ou pela própria consciência que, certamente, lhes indica a insuficiência dos desempenhos até então. Porém, após esta correria inicial (vista contra Estoril, Vitória e Atlético por ex.), quando as pernas deixam de responder, começamos a ver a verdadeira face deste FCP 2013-2014. É cara de alguém que tenta fazer o melhor possível com as armas que tem. É, no fundo, uma atitude de desespero característica de quem, de forma suicida, tenta o milagre da salvação.

Milagre este que contra o Atlético até apareceu. Marcamos um golo de bola parada porque, com ela jogada, só nos limitamos a mandar bolas em profundidade que os jogadores desperdiçavam em maus domínios, passes errados e decisões completamente inversas ao que se exigia. Porém, este golo caído do céu que os comentadores da TVI consideravam justo pela maior dinâmica da equipa mais do que pela qualidade do jogo, não me convenceu na altura. De facto já tinha visto este filme antes.

Assim, ao passar a meia hora, quando o pulmão deu o abafo, as verdadeiras cores da equipa começaram a transparecer. Uma enorme incapacidade de jogar à bola, mantê-la na posse, progredir em profundidade e não em modo Andebol de lado para lado e entender-se com o seu colega do lado revelou-se mais uma vez. Também mais uma vez a pobreza angustiante da qualidade técnica da equipa, que não se demarca de um Gil Vicente quanto mais de uma equipa da Champions, manifestou-se como uma das principais causas da completa ausência de execução do futebol da equipa.

Rapidamente o Atlético perdeu o respeito inicial e, após o golo, o equilíbrio na posse de bola e controlo dos acontecimentos foi restabelecido. A partir deste momento nunca mais o Porto foi senhor do seu destino. Na verdade parece-me até que nunca o fomos. Os Colchoneros fizeram o que quiseram quando quiseram e nem a pontinha de sorte, que aparece a quem merece, deixou de aparecer especialmente nos seus golos.

 A 2ª parte nem merece comentário porque tem sido a mesma coisa todos os jogos. Um descalabro completo e o desmantelamento total de qualquer vestígio de táctica ou plano. Qualquer equipa facilmente nota que este Porto é corrida enquanto há força e nada mais.


Perdemos um jogo. Poderia dizer que está tudo em aberto, que foi sorte ou azar. Porém, a minha reflexão, vai muito para além disso. Vai até ao facto de que estou convencido que o modelo de gestão do clube, baseado no comprar barato e vender caro, ou começa a estar desactualizado ou está a ser minado por dentro através de más decisões que podem ou não ter a ver com interesses financeiros individuais.

Admito desde já que tenho uma ideia certa do porquê de não jogarmos nada e de estarmos, mais uma vez, no limite do desespero com a lamentável qualidade de jogo que o clube apresenta. Para mim, não tenho dúvidas, o problema reside na falta de qualidade da equipa. É assim tão simples e, tudo o resto, são invenções ou causas secundárias.

Muitos dizem que o porto tem de vender para equilibrar as contas. Tudo bem! O meu problema está no entanto nas compras que, ao contrário (e vou prová-lo a seguir) do que dizem, tem sido uma hecatombe de falhanços apenas interrompidas por uma ou outra situação em que se adquire valores inegáveis que todos reconheciam.


Entretanto deixamos um treinador como Vítor Pereira atacar uma época com Kleber e Walter. No ano seguinte vendem Hulk e temos que olhar para o banco e ver Sebá, Djalma e Kelvin. A pobreza ofensiva da equipa é, na verdade, aterradora e, os resultados e exibições, pautados pela incapacidade de ser manifestamente melhor do que qualquer outra equipa, são um testemunho da decadência da política contratual do clube.

Façamos um pequeno exercício para avaliar a tão afamada política de contratações do FCPorto. Assim, desde a época de 2011-2012, posterior ao glorioso ano de Vilas Boas que conseguiu ter a melhor dupla atacante da história do clube em Falcao e Hulk entraram:

2011

Marc Janko
Lucho González
Eliaquim Mangala
Steven Defour
Alex Sandro
Danilo
Kléber
Rafael Bracali
Kevlin
Djalma
Juan Iturbe
 
2012

Victor García
 Luis Morgillo
 Liedson
 Mauro Caballero
 Jr Marat
 Izmailov
 Hector Quiñones
 Victor Luís
 Sebá
 Jackson Martínez
 Igor Stefanovic
 Fabiano

2013

Joris Kayembe
Ditu
Marko Pavlovski
Sinan Bolat
Juan Quintero
Ghilas
Ricardo Tavares
Tiago Rodrigues
Licá
Josué
Carlos Eduardo
Héctor Herrera
Diego Reyes Ricardo

São 35 jogadores. Destes 35, porém, apenas alguns são presença assídua na 1ª equipa. Todos os outros foram contratações para a B, para emprestar ou incógnitas por revelar.


Assim, a não ser Lucho, Mangala, Alex Sandro, Danilo, Jackson, Fabiano e Quintero, tudo o resto foi lixo, dinheiro mal gasto, experiências falhadas e mistérios por confirmar como Ghilas, Herrera e Reyes (estes últimos 2 caríssimos e para posições não deficitárias o que agrava ainda mais a minha posição sobre as prioridades e intenções da SAD).

Se Jackson faz o que pode para dar conta do recado com os jogadores que o rodeiam, já "esquecer" as saídas de James, Moutinho e Hulk tentando colar jogadores de 2ª linha nos seus lugares nunca irá funcionar.

Somemos o dinheiro destes negócios estranhos, os salários e comissões e, de certeza, encontraremos a razão da famosa pergunta "O que fazem ao dinheiro". Resposta: Dão-nos aos empresários.

Como é fácil de observar, os últimos 3 períodos de transferência tem sido marcantes na degradação da qualidade da 1ª equipa. Além disso é agora evidente que equipas do Leste Europeu, carregadas de dinheiro como de uvas as encostas do Douro, roubaram o lugar ao FCPorto. Esta janela de transferências foi o perfeito exemplo disso ao perdermos dois extremos de grande qualidade para clubes sem qualquer expressão. A reacção da SAD a estas perdas foi deixar o plantel carente de desequilibradores nas alas. Posições que, para o 433 do clube, são simplesmente as mais importantes.

Estamos condenados a apostar em jogadores cada vez mais novos, cada vez mais incertos, cada vez mais fracos e de risco e preço maiores.


O facto de começarmos esta época com vários jogadores totalmente vulgares em Licá, Varela, Josué e Defour, e com excedentários que não estão cá a fazer nada como Herrera, Reyes é sintomática.


Se a isso somarmos um treinador que não demonstra pinta de lógica nas suas decisões, o caos está instalado.

É deveras exasperante ver um tipo que tem um plantel carregado de médios e sem extremos jogar em 433 em vez de um 442. Também inexplicável o facto de ele insistir em deixar o único talento puramente ofensivo da equipa no banco(Quintero)quando a equipa precisa de jogar e colocá-lo em campo, nos fins dos jogos, quando é preciso defender. Isso, caros amigos, é coisa de doido varrido. Se acha que Quintero não pode jogar porque "não está maduro", "não defende", "não percebe a táctica" então digo-lhe que se vá mudar para o Paços. Se ele quer 11 bois de corrida com pés quadrados em vez de um rapaz que tem mais futebol na biqueira do pé esquerdo do que todo o resto plantel junto, está no clube errado. Em todas as equipas tem de existir a magia. Se ele não reconhece isso que vá treinar para a regional pois, de anti futebol, já tive a minha dose na era do Vítor Pereira.

Este treinador, contudo, apenas potencia os problemas que existem a nível interno que passam, conforme demonstrado por uma degradação progressiva do plantel. Se o ano passado tínhamos 10 bons jogadores mais um inútil em Varela, este ano temos apenas 8. Os outros 3 que vão jogando não são dignos de serem nossos titulares. Quando se junta tanta mediocridade na ofensiva da equipa é fácil perceber o porquê de termos problemas e jogarmos tão mal.


Uma palavra ao meu ódio de estimação Vítor Pereira que tantas vezes crucifiquei aqui. Apesar de não estar perdoado nem ter saudades nenhumas dele, vou rectificar uma ideia que tinha dele.

Assim, costumava dizer que ele era o treinador com PIOR futebol que me lembrava desde Octávio Machado. Hoje digo apenas que era o treinador com futebol MENOS ATRACTIVO de SEMPRE do clube. Contudo não era o pior pois, este, consciente das suas limitações e plantel, preocupava-se em defender e chutar para o Jackson.


A táctica acabou por resultar pois as defesas é que dão títulos. Não esqueço porém o papel de Jorge Jesus nestes triunfos porque, se o slb fosse um clube normal e com dirigentes minimamente competentes, o benfica correria hoje para ser tri campeão.

Isso acabou contudo por não acontecer por suicídio e falhanço da liderança benfiquista. Graças a tal barbaridade que há de ficar na história, o "modelo" do FCPorto ganhou 2 anos de vida. 2 anos que, ao invés de servirem para rectificar processos, apenas foram usados na ampliação do problema.

Tempos negros se adivinham. A ilusão de sucesso que o benfica permitiu ao Porto nos últimos dois anos não passa disso mesmo. Uma miragem de que o modelo ainda funciona. Porém, por razões internas de incompetência ou externas pelo surgimento de novos rivais no mercado (provavelmente um pouco de ambos), a ilusão de que tudo vai bem e que se sair um entra outro já se está rapidamente a desvanecer.

E não. Não é indo buscando Josués, Ricardos, Carlos Eduardos, Licás, Tiago Rodrigues, Kelvins, Quiñones etc que o nível se irá manter. Isso é sim os primeiros degraus para uma era de mediocridade e entrada em falência de resultados e financeira.

Entrar para novas épocas, de forma consistente, com equipa PIOR que o ano anterior não é modelo. Não é futuro e não é aceitável.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

E se...?

Seguindo a linha de pensamento do meu último post, continuo a afirmar que é bom (neste caso é mau) saber que há coisas que nunca mudam.

O Porto é um clube terreno. Pinto da Costa não é uma entidade divina e, os jogadores, estão longe de ter carácter de Santos.

Admito que tive de conter a fúria da venda de Hulk  durante 2 dias para não vir escrever asneiras para aqui. Depois de racionalizar mais um pouco, cheguei à seguinte conclusão:

O FCPorto cometeu mais um erro crasso. A venda de Hulk foi boa. Tanto pelo valor pago (60M que renderam 40M ao clube) como pela necessidade de cumprir com o jogador promessas antigas. Hulk sempre foi um excelente profissional e ajudou o clube a valorizar a sua clausula aumentando o retorno financeiro (da mesma forma que Falcao fez o ano passado).

Porém, o que eu não consigo aceitar, é que a SAD venda um jogador depois do fecho do mercado. Em que cabeça isso é concebível? Perder o jogador mais importante da equipa (desde Deco que ninguém era tão influente) num ano de Liga dos Campeões sem arranjar substituto é de uma insanidade inqualificável.

Errar todos erram mas, conforme se viu o ano passado, este distúrbio de gestão é quase que uma repetição da época transacta. De facto, os burros continuam ao leme do navio. Em 2011, quando Libras Boas e Falcao saíram em cima do fecho do mercado, todos pensaram que o clube tinha sido apanhado de surpresa. Situação desculpável se fosse um caso isolado.

A venda de Hulk, na forma como ocorreu, demonstra que o caso Falcao - Libras Boas não foi um percalço mas sim uma tendência para a incompetência...

A não ser que....

A não ser que Iturbe seja realmente bom!

O caso Iturbe é igualmente uma daquelas situações que ninguém entende. Uma destas cenas de ficção irritantes que ninguém percebe. Um jogador rotulado de craque, muito jovem mas imensamente talentoso, nem joga, nem é convocado, nem é emprestado nem sequer é utilizado na equipa B.

O mais intrigante é que, este ano, "Iturbo" fez 2 jogos e marcou dois golões. Após isso, BANCADA, BANCADA E BANCADA.

E, quando os adeptos procuram explicações, deparamo-nos com a cara expressão impotente do ignorante VP. Do lado da SAD, uma pronuncia do Norte.. upss.. Um pronúncio de MORTE... Upss. UM SILÊNCIO DE MORTE!!!!

E se... Iturbe for mesmo bom? E se Iturbe tenha sido poupado este início de época para que Hulk seja vendido tranquilamente, dando esperanças ao do Sul, surgindo de repente em campo ultrapassando até as expectativas mais optimistas?

Então e se isso for verdade?

Então a SAD será a melhor do mundo. Pinto da Costa um Deus vivo e, VP, um treinador em ascensão criado e moldado por Jorge Nuno.

Porém... E se Iturbe for um Flop? Ou, se não for um flop, que seja um jogador com talento mas longe de ser transcendente da forma que Hulk era?

É que, com um louco como VP a decidir o rumo da equipa, valeu-nos Hulk, o ano passado, para conseguirmos ser campeões. Esta época foi tão atípica e estranha que, para mim, a vitória na mesma é um dos maiores feitos na história do desporto mundial.

E se, por causa disso, o Porto fique aquém da expectativas? Aborrecendo os adeptos com futebol do pior que alguma vez se viu como em 2011-2012? E se perdermos a liga porque ficamos com um buraco tão grande no ataque por preencher?

Pois se assim for, vai cão casota e até o dono.

Resume-se tudo a Iturbe porque, sejamos francos, Atsu não passa de um corredor de fundo e, Varela, de um jogador acomodado que já não consegue desiquilibrar. E também, como opção a Martinez, um jogador que não sabemos quem é nem o que vale, temos Kléber. Uma autentica nulidade resultante de uma das maiores palhaçadas de transferências que alguma vez vi em Portugal.

Querem proteger o menino? Pois ao colocá-lo na posição de Hulk, arriscam-se a ter uma forte desilusão. Não o metem? Arriscam-se a ter um talento (supostamente) a sair  em breve sem ter tido a hipótese de se provar na equipa (Djalma, este cepo, jogou mais, muito mais!).

De qualquer das formas, a única hipótese da SAD e Pinto da Costa saírem de cara lavada deste negócio Hulk, é Iturbe corresponder às imensas expectativas. Caso contrário, e se não for campeão, augura-se ventos de mudança profundos no FCP.

É que a linha Pinto da Costa, O MELHOR DIRIGENTE DESPORTIVO DA HISTÓRIA, está a chegar rapidamente ao fim.

sábado, 18 de agosto de 2012

E tudo começou...

Andei a falar pouco de futebol porque, na época passada, apesar das mais inacreditáveis voltas que aconteceram, tudo acabou da forma tradicional. Ou seja, com o Porto campeão.

Este ano, tudo começa da forma tradicional. O campeão da pré-época enterra-se no 1º jogo. Igualmente, já se ouve o rufar diabólico contra os árbitros.

É bom ver que há certas coisas que nunca muda.

sábado, 9 de junho de 2012

Tal País, tal Selecção!


Um dos meus lemas predilectos sempre foi:

Cada país tem a selecção que merece.


Normalmente usava esta expressão de uma forma ligeira e com apenas uma ponta de ironia. No entanto, com o passar do tempo, tenho verificado que o alcance da mesma é cada vez maior.

Falemos do Europeu pois é para isso que aqui estou. Apostei 1€ na BWIN que Portugal não fazia nenhum ponto nem marcava nenhum golo. A cota era de 39 e acho que deveria ter apostado logo 50€. Não o faço agora porque não quero ir de férias à pala da miséria nacional... E porque não tenho confiança nos defesas adversários. Sempre podem meter um auto golo.

Apesar de ter sido uma aposta brincalhona, não deixa de revelar que os problemas que temos no que toca à concretização são bem reais. São tão reais, e há tanto tempo, que a equipa das quinas nunca ganhou nada.

Sou da opinião que uma equipa medíocre com um grande avançado ganhará muitos mais jogos do que uma boa equipa sem Ponta de Lança. Acham exagero? Pois eu não. O futebol é para quem marca golos e, quem joga bonito e não marca, simplesmente joga mal. Por isso é que as equipas pagam milhões por avançados de topo.

Façam o que fizerem, enquanto não tivermos qualidade na posição mais decisiva em campo, NUNCA ganharemos nada. A Alemanha, que teve um jogo sem inspiração, tem um dos melhores avançados do mundo. Bastou uma bola bombeada, vindo do nada, para ganhar o jogo.


Note-se que a importância de um grande avançado é tal que ouviram-se muitos comentários de que o golo Alemão foi "Sorte", "Caiu-lhes do Céu". Pois sim, o golo Germânico  apareceu porque o talento e poderio do seu atacante centro é monumental. E tudo o resto, as jogadas, as tabelas, as fintas e as correrias, não valem absolutamente nada.

E também é por isso que jogadores como Falcao, que não tem técnica especialmente apurada, capacidade física superior, nem outro aspecto que os distinga dos demais, se tornam gigantes. São escolhidos pelos Deuses para marcar golos e, de facto, marcam-nos em qualquer campo, de qualquer maneira e em qualquer momento.

Esta característica do nosso futebol não é exclusiva deste desporto. Na realidade, a constante falta de agentes de decisão válidos, é um cancro Nacional que exerce o sufoco dos seus tentáculos por toda a sociedade.

No futebol como no resto somos um país que, desde sempre, se gaba do seu potencial, da sua capacidade, dos seus recursos escondidos. Entre tons de fatalismo, modéstia excessiva e de orgulho falsificado, agimos como se não quiséssemos comprovar que, de facto, podemos vingar. É sempre a culpa de alguém, o tal "azar" que nos escreve o fado mas que, na verdade, é simplesmente talento dos outros.

Na política encontro grande paralelismo com a situação do nosso Futebol. Sempre fomos uma nação cujos dirigentes estragaram as poucas oportunidades que tivemos. Na bola, sempre aparece o "azar" na finalização. Nas catacumbas do parlamento decide-se que temos de formar Portugueses de modo a que sejamos mais competitivos. Porém, esses, saem com cursos impróprios para a realidade e, os que tem alguma qualidade, fogem deste buraco  para ajudar as economias estrangeiras. No futebol, da mesma maneira, formam-se jogadores às carradas que, invariavelmente, saem extremos ou médios de 1,50 metros e que, quase de certeza, acabam nas ligas amadoras.

E os agentes que decidem, ou seja, os políticos revolucionários, os "entrepreneurs" de sucesso, os cientistas de topo, assim como os grandes Pontas de Lança, não surgem em lado nenhum.

O problema de Portugal é a incapacidade de moldar o seu povo para as necessidades futuras (e não presentes pois, estas lutas, já estão perdidas). O problema de Portugal e, mais especificamente, do seu futebol, é ter milhares de escolas e professores incapazes de formar um avançado digno.

E, eu, JURO, nunca vi uma grande equipa sem um grande avançado. Mas já vi equipas medianas fazer brilharetes por ter um grande avançado (Atlético de Madrid).

Finalmente, mantenho e reforço a minha aposta: 0 golos e 0 pontos na fase de grupos.

domingo, 27 de maio de 2012

Euro 2012 - Outra vez não!!!!


Já há muito que não tenho nenhum especial sentimento pela selecção e, isso tem de ser dito logo à partida.

A selecção que me fascinou, e fascinou a todos, foi a de Figo, Paulo Sousa, Rui Costa, Fernando Couto, João Pinto, Jorge Costa, Vítor Baía e companhia. A partir daí, o meu interesse foi decrescendo até chegar ao ponto de estar quase insensível ao que acontecer.

Houveram tempos em que a selecção era de todos. Hoje, a selecção é de alguns. Antes puxava pela equipa mas, hoje, apenas consigo gostar de poucos dos que lá estão. Os outros me importam.

Consigo até dizer, sem ponta de ironia, que, neste Euro 2012, sou pelo Bosingwa e pelo Ricardo Carvalho.

Os meus problemas com a selecção começaram com Scolari. Se muitos prezam as suas quase conquistas, eu acho que ele não fez nada de especial. Conseguiu até perder duas vezes com a Grécia com uma equipa que tinha, entre outros:

- Paulo Ferreira e Miguel em plena forma;
- Nuno Valente no topo da carreira;
- Ricardo Carvalho no topo;
- Deco no Topo;
- Rui Costa ainda operacional;
- Pauleta em alta rotação;
- Luis Figo quase na plenitude;
- Cristiano Ronaldo a emergir;
- Uma série de outros talentos como Simão, Maniche, Tiago etc.

Assim, pergunto eu, foi alguma coisa de especial ir à final do Euro em casa? Não.


Mas o que mais me surpreendeu, e deu origem ao meu desgosto quanto às selecções, são as decisões pessoais e desrespeitosas em relação a jogadores que mereciam mais.

O caso Vítor Baía foi o primeiro de muitos. Um jogador que acabava de se sagrar campeão Europeu e de ser eleito como o melhor Guarda Redes da Liga dos Campeões, que era também um ícone da equipa e que sempre pautou a sua carreira pelo respeito e dedicação, não podia ser tratado abaixo de cão por um brasileiro com bigode hitleriano.



Usar um Senhor, um dos mais carismáticos jogadores Portugueses de sempre, e um dos mais titulados do mundo, como um exemplo de autoritarismo foi indecente.

Alguns dirão que Ricardo esteve muito bem e que ganhamos aos Ingleses graças a ele. Eu, bem pelo contrário, digo que defender um penalti ao fim de 10 marcados, e levar um frango decisivo no jogo da final, não é nada de se gabar.

Posto isso, em 2006, não tendo os egos esmorecido entre o FCP e Scolari, este vinga-se não convocando Quaresma que, nesta altura, era apenas, e de longe, o mais talentoso jogador a actuar em Portugal.




Não duvido até que a sua "despromoção" para os sub 21 (que acabou de forma lamentável) tenha tido um forte impacto negativo na carreira global de Quaresma. Esses golpes marcam. Especialmente quando se sabe que se tinha ganho, em campo, o direito de jogar.

Mais recentemente, outro ditador sem pudor entrou nos quadros da selecção. Apesar de Queiróz, anteriormente, ter cumprido os requisitos mínimos  (sim, a muito custo) ao passar a fase de grupos, nada pode fazer, nem era espectável que o fizesse, contra equipas de maior gabarito. No entanto, foi corrido como um cão vadio e entrou Paulo Bento. Um treinador que nunca ganhou nada de relevante, nem provou ter qualidade acima da média tanto como jogador como treinador.



Aliás, o legado de Paulo Bento foram épocas de mediocridade no Sporting, apenas manchadas por 2 vitórias em Taças de Portugal que, sejamos honestos, não valem nada. Além disso, também ficou recordado por uma série de problemas com jogadores. Este perfil de líder de ferro, inflexível e teimoso como um burro, não fica bem a ninguém.

Os bons líderes são os que castigam mas também perdoam. Se não souber perdoar, apenas é um ditador e, como reza a história, este tipo de personagens estão condenadas a cair em chamas.

No que toca à selecção, o Risca ao Meio, em pouco tempo, causo mais problemas do que um Tsunami. Mal foi destacado para o lugar de Queiroz, uma série de jogadores abandonaram a selecção. Seria por o fim de um ciclo ser um momento apropriado ou, por outro lado, por saberem quem era Paulo Bento melhor do que ninguém? Fica a especulação no ar.

Contudo, os casos mais graves, foram sem dúvida os de Ricardo Carvalho e José Bosingwa.


Carvalho foi o melhor defesa central da história do futebol Português. Está no top 5 da sua geração e, na altura da sua excomungação, era ainda titular do Real junto a Pepe.

Muitos dizem que o que ele fez não se faz. Correcto. Muitos dizem que eles estão ali para jogar e mais nada. ERRADO. Jogadores como Carvalho, que são estrelas mundiais e que tem um CV de alto gabarito, a partir de uma certa idade, estão a fazer favores às equipas. Aos 33 anos, Ricky ganha menos com a selecção do que a selecção com ele e, isso, tem de ser respeitado.

Assim, um jogador que sempre pautou pela excelência em campo tanto como fora dele, com um percurso imaculado por todo o lado onde passou, tem direito a um tratamento diferente do que aquele que é dado a um rapaz de 21 anos que está a começar a provar-se no seio desta equipa.

Até Mourinho, explicava a Jorge Costa, a Terry, e Ronado porque é que ia ir para o banco neste ou naquele jogo. Ou porque queria ver outra solução, porque queria por o jogador a descansar ou recompensar o suplente pelos esforços nos treinos. De qualquer forma, NUNCA se manda uma lenda viva para o banco SEM QUALQUER JUSTIFICAÇÃO.

Claro que Carvalho reagiu mal. A quente. Mas também foi homem para vir pedir desculpas a público. Coisa que não deve ser fácil para ninguém. Risca ao Meio, este, como adepto do autoritarismo, não se mostrou minimamente preocupado nem admitiu, por uma fracção de segundo, que deveria ter tratado este jogador de forma diferente.

O facto é que perdeu-se um grande jogador que mete, ainda, Rolando e Bruno Alves, no bolso pequeno.




Bosingwa também se pode queixar. Um bi campeão Europeu, que joga numa posição em que mais ninguém convence, foi corrido sem qualquer motivo válido. Disse Paulo Bento que não gostava de jogadores pouco disponíveis para a selecção. Ou seja, que "fingiam" lesões para poder jogar pelo clube.

José Bosingwa, este, veio publicamente limpar o seu nome chamando, sem papas na língua, de MENTIROSO ao Risca ao Meio. A verdade é que, no caso comentado por Paulo Bento, Bosingwa apresentou provas médicas válidas e, no fim de semana seguinte, nem jogou pelo Chelsea.

Após este comunicado do lateral, Paulo Bento retirou-se no silêncio, sem justificar nada a ninguém.

Outra faceta que não aprecio neste tipo é o xenofobismo e mentalidade retrógrada no que toca aos jogadores naturalizados. Vejamos apenas a nossa história, que, até agora, está recheada de grande jogadores que não tiveram origens em Portugal. Eusébio não era Português e não me venham com o argumento Salazarista de que "eram colónias e parte do país". Jordão também não era. Deco e Pepe também não.



Quando vejo uma pessoa insinuar que por ele nunca mais se naturaliza ninguém rio-me da sua estupidez. A Alemanha teve africanos na sua selecção e joga, hoje em dia, com jogadores que tem origem na  Polónia, Austria e Turquia. Muitos poderão dizer que "nasceram na Alemanha" e Deco e Pepe não. Porém, eu, vi dois chavalos de 18 anos a tornarem-se homens cá e a jogar mais tempo na nossa 1ª liga que Figo, Rui Costa ou Cristiano Ronaldo. Vi até Deco e Pepe escolherem Portugal em detrimento do Brasil coisa que muitos Portugueses não fazem.

Aliás, basta ver as selecções da França para verem quantos descendentes Portugueses estão se a borrifar para as suas origens. Basta ver que todas as equipas naturalizam e, nós, orgulhosamente sós, estamos a fazer de conta que temos mais valores que os outros quando, na prática, metade do país, se pudesse, saia desta jangada de pedra semi afundada, para nunca mais cá voltar.

Temos de jogar com todas as cartas. É o que os outros fazem.


Desta forma, não fosse o Risca ao Meio, estou quase certo de que teríamos Fernando na selecção. E este é um jogador que tanta falta nos faz.


Além de tudo isso, a inconsistência em jogadores absolutamente inúteis como Rúben Micael e Carlos Martins, em detrimento de Hugo Viana que teve a sua melhor época de sempre, é absolutamente inaceitável. Juro que se fosse Viana, o dia em que Paulo Bento me tivesse chamado, iria à TV abdicar da selecção justificando o facto por não ser um vulgo remendo à disposição de um sapateiro como o é o técnico da selecção.

Temos hoje uma equipa de qualidade mediana. As nossas selecções inferiores são fracas porque os jovens tornaram-se uns maricões que não podem jogar futebol na rua ou num capo de milho. Tem de ser num sintético, com sapatilhas de marca ou, se possível, na PS3. Há uma série de jogadores deprimentes que tem vindo a jogar pelas Quinas que são o prenuncio da morte. Falo de Eliseu, Duda, Micael, Martins e até Hugo Almeida e Postiga que, nem em clubes do 3º escalão, conseguem ser bons jogadores. Agora, chegamos a um novo fundo de ter de convocar um puto de 20 anos (Nelson Oliveira), que nunca fez nada para o merecer, para compor as coisas em termos de avançados.

Não temos soluções, não temos efectivo e, ainda por cima, temos um sabotador que se tem entretido a amputar a selecção nacional.

Por essas, e por outras que a preguiça me impede de relatar, vejo a selecção como um antro de egos enormes que causam decisões pouco claras. É um negócio enorme onde não existe ponta de verdadeiro orgulho nacional.

Os tempos das Selecções de Ouro, que nos faziam vibrar, foi coberto por um manto escuro onde as atitudes estranhas e opções incompreensíveis reinam.

Por mim, como sou pelo Carvalho e pelo Bosingwa, se a selecção sair do Euro sem um golo sequer marcado (o que é provável.. pelo menos sem vitórias), não chorarei. Ficarei contente por corrermos com mais um maníaco egocêntrico. Só terei pena do Ronaldo que precisa do Europa para ganhar a Bola de Ouro e de alguns outros jogadores que merecem o meu respeito.

domingo, 6 de maio de 2012

Olhando para o passado e espreitando o futuro!

Este Porto não foi um Porto vintage como o do ano passado. Longe disso!

Este Porto foi um destes Portos que se serve à chegada das excursões de 3ª idade. Ou seja, é mau, mas, contudo, serve o propósito. Até porque, este vinho e esta equipa, por muito maus que sejam, são sempre superiores à media.

A época que finalmente acabou (e digo finalmente porque tantas vezes rezei para que acordasse deste pesadelo) foi um prato azedo que deixou um sabor doce no fim. As competições perdidas, e a forma como as perdemos, não foram totalmente apagadas pela vitória no campeonato. Campeonato que à primeira vista parece muito bom mas que, para quem viu, sabe que não passou do mediano (ou medíocre).

Liga dos Campeões:



Uma das prestações mais humilhantes que alguma vez vi. Caindo no grupo mais fácil, ter sido enxovalhado por clubes de 4ª linha como o Apoel e o Zenit foi um prenuncio do que se avizinhava. Muito dinheiro perdido e, acima de tudo, uma oportunidade esbanjada de valorizar activos após uma resplendida época europeia no ano transacto.

Liga Europa:














Não era a nossa competição mas, no entanto, deveríamos ter saído de outra forma. Sermos goelados pelo City não é aceitável. Bem sei que eles nos enfrentaram com uma atitude séria e de respeito (coisa que causamos naturalmente a qualquer adversário), o que os levou a vencer facilmente de mais. Tivessem eles tido metade da mesma postura contra o Sporting e ainda por lá andariam.

Taça de Portugal:


Ser eliminado desta competição da forma que fomos, ou seja, contra uma equipa muitíssimo inferior, foi mais um desgosto. Não há muito mais a dizer sobre isso.

Taça da Liga:

Perdemos mais uma vez às mãos do 5LB. Nada de muito preocupante pois ate podíamos ter ganho. No entanto, esta é uma taça que falta no nosso salão. Mesmo que apenas valha o seu peso em lata, devemos tentar ganhá-la antes que os clubes se recusem a jogá-la.

Supertaça:

A forma como a ganhamos, a custo e com polémica, foi o perfeito pronúncio do que aí vinha. 2 meses antes trucidamos o mesmo adversário numa Final por 6 golos a 2 e, de repente, a equipa pareceu estar numa letargia da qual nunca conseguiu sair.

Campeonato:

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Nota positiva: Ganhamos. Nota negativa: Jogamos muito muito muito mal. Salva-se as vitórias decisivas em lisboa e Braga quando assim foi necessário. Isso demonstra que o carácter vem a cima quando se trata de equipas vencedoras. Um bem haja ao benfica que se afundou em mediocridade depois de ter 5 pontos de vantagem e, logicamente, ter-se deixado ir na corrente entorpecedora da bajulação dos media.

Contas feitas, um ano positivo. Um 10/20. Chega para passar mas não é motivo de especial orgulho. De referir apenas que são 8 campeonatos em 10 anos. Ou 4 em 5. Domínio que esta época ameaçou desfazer. Caso tivéssemos perdido, os argumento mouriscos seriam de 2 em 3 para o lado deles. Safamos-nos!

Tal como Pinto da Costa disse, as épocas não se preparam no fim da última. As épocas vão sendo preparada com antecedência. Espero que este ano a SAD tenha um comportamento de sucesso pois, nesta ultima época, os erros foram tantos que até a torre das antas ameaçou cair.

Pessoalmente, eis o que eu acho que vai acontecer vs o que quero que aconteça.

Treinador:



Quero que se vá embora ontem. O futebol com ele é sofrível e deve ser o único treinador campeão de quem os adeptos, na sua vasta maioria, não gostam. Porém, tenho a sensação de que Pinto da Costa não irá ter vontade de se desfazer do adjunto do adjunto do adjunto de Sir Bobby Robson. Ganhar com ele foi uma bofetada aos benfiquistas. O mesmo seria dizer que até sem treinador ganha. A minha aposta é então de que iremos ter mais um ano  de VP pela frente.

Aguenta coração.

Transferências:


Temos de fazer pelo menos 40 milhões em vendas para colmatar o imenso rol de salários e investimentos exorbitantes (e pouco claros).

Toda a gente fala da venda de Hulk mas verdade é que, se não vier uma proposta de bem mais de 50M, nem sequer há conversa. E todos sabemos que a crise está cá para todos.

Contudo, não é necessário vender nenhuma das pérolas para equilibrar as contas. O plantel é tão vasto e tão mal aproveitado, que os seus excedentes dariam para resolver muitos problemas.

Assim, o meu cenário ideal seria:

- Vender Rolando por +10M. Este jogador estar em fim de linha e a dupla Maico vs Otamendi, com a chegada de um talentoso Mangala assim como os rumores de um regresso de Carvalho, não só beneficiaria todos os jogadores do clube como o próprio Rolando.

- Vender Varela +5M. Varela deu muito ao Porto. Foi importante em momentos chave. No entanto, o seu espaço diminuiu na mesma proporção do que a qualidade das suas exibições. Com a afirmação de James, um Iturbe a querer aparecer e um Djalma que, sinceramente, jogou o mesmo que Varela (ou seja, pouco), a saída avizinha-se. Ate porque está na idade limite para render alguma coisa.

- Vender Alvaro Pereira +12M. Época verdadeiramente decepcionante. As suas exibições roçaram o ridículo. Como é possível passar de um jogador considerado um dos melhores na Europa na posição, a um autentico rebo de pés quadrados, incapaz de fazer um remate ou um centro? Os seus desempenhos foram tão fracos que não há um Portista que o queira manter quando tem Alex Sandro na calha.

- Vender Guarin +9M. Esse foi um dos que estava a mais na equipa. Depois de uma grande época, onde foi importante, o excesso de jogadores para aquela posição, assim como que a inadaptação a VP, empurraram-no para fora. Peço ao Inter que fiquem com ele. Até fiz um preço barato! De qualquer forma, a esse valor, vai para outro clube. Este tem mercado e não tem espaço no plantel. Obrigado por tudo.

- Belluschi +5. Nunca gostei dele ao contrário da maioria dos Portistas.Um nº 10 que não consegue fazer um passe decisivo nem dar sequência a jogadas de forma consistente, não serve. Parece que é titular no Génova. Talvez por isso estejam no estado que estão.

- Fucile +5. Depois do empréstimo pode fciar no Santos. Ele dá-se bem no estilo descontraído dos brasucas. Além do mais, não tenho saudades dos seus derrames cerebrais que nos custaram muitos jogos. Fucile, bem visto no Dragão, foi nos mais prejudicial do que benéfico. Perdi a conta aos jogos que perdemos com ele expulso. O último dos quais, e que ditou a sua saída, contra o Zenit e de uma forma indesculpável.

Assim, fazendo as contas de uma forma real e sem exagerar nos valores pedidos, faríamos 47M sem tocar nas pedras chave da equipa.

No entanto, o que eu acho que irá acontecer é:

Vender Rolando, Varela, Hulk, Fernando e Alvaro Pereira. Dos emprestados vamos conseguir enfiar o Guarin (abaixo do valor) e o Fucile. Belluschi irá voltar para ser emprestado até acabar o contrato.

O desafio passa depois por arranjar substitutos para Hulk (impossível) e Fernando (quase impossível).

Se não conseguirmos suprir a saída destas pedras chave, prevejo um campeonato muito equilibrado com a ascensão do Sporting e queda do benfica (que também vai vender) e do Porto. O Braga, esse, se mantiver a qualidade de jogo, irá ter uma oportunidade ainda maior de se chegar à frente.




quinta-feira, 26 de abril de 2012

A Final Menos Esperada!

Contra todos os prognósticos (ou pelo menos, a maioria deles) teremos um Bayern Vs Chelsea como final da Liga dos Campeões.

Os Ultra favoritos Barcelona e Real Madrid obtiveram lições diferentes mas que, em ambos os casos, revelaram os pontos fracos dos gigantes Hispânicos. Pontos fracos que se até agora pareciam pequenas brechas escondidas, assemelham-se hoje a duas ravinas esfomeadas.


Barça Vs Chelsea

O Barcelona aprendeu que defender é preciso no futebol. Uma equipa que ataca transloucadamente durante 90 minutos sem se preocupar com a retaguarda irá, inevitavelmente, obter desgostos. E, nesta eliminatória, foram 2. Um em cada mão que provam aos apaixonados do futebol de ataque que, sem a defesa, não se vai ao longe.

Guardiola aprendeu que com cantera  também não se vai a lado algum (perguntem ao Sporting). É lindo dizer que o Barça joga com X ou X jogadores formados no clube. Fica bem e, quando tudo corre bem, é mais uma facada a espetar aos adversários mais capitalistas. Porém, quando as coisas não funcionam bem, a classe e talento dos super dotados faz falta em todas as posições. Podem dizer o que quiserem mas Thiago, Pedro, Tello e Cuenca não são jogadores para o Barça. Podem vir a sê-lo um dia mas a obstinação de Guardiola em mostrar que faz de miúdos, graúdos, custou-lhe uma Liga dos Campeões.

As posições são para ser respeitadas. Os apaixonados pelo Barça (que devem ser menos 70% do que há 1 semana atrás) sempre cantavam alegremente que a revolução futebolística catalã tornou obsoletas as posições. Fabregas marcava como um ponta. Messi aparecia em todo o lado, os trincos eram centrais e os centrais trincos enquanto os laterais eram extremos e os extremos avançados. É tudo muito bonito de facto. Porém, certo dia virá em que as escassas e decisivas oportunidades de golo vão ter aos pés de um médio ou um central em vez de chegar a um Villa, um Ibrahimovic ou um Etoo. Pois bem, as leis da probabilidade dizem que um avançado, que treina a finalização desde os 8 anos, irá ter mais hipóteses de converter. Da mesma forma, quando um trinco está a fazer de central, haverá mais probabilidade de falhar.

O tamanho conta.
Famoso é o ditado que diz que, no futebol, o tamanho não interessa. Sou apologista da mesma quando essa afirmação é tida como a excepção e não a norma. Por isso quero dizer que quando o Barça enfrenta uma equipa em que todos os jogadores adversários são mais altos e fortes, as dificuldades vão ser enormes. Se a primeira bola entrar, tudo bem. Porém, com o passar do tempo, o desgaste não perdoa. Sintomático também ver o ridículo em que cai Barcelona quando tenta aproveitar ou defender as bolas paradas e fazer jogo directo. Uma equipa tem de ter tudo. Pequenos e grandes.

Real Vs Bayern

1ª mão das meias finais. Munique, 90º minuto. Depois de Mourinho ter entregue a iniciativa ao Bayern nos últimos 25 minutos do jogo, Lham, em cima da hora, "come" vergonhosamente Coentrão, centra e Gomez faz o golo da vitória.

Game, Set & Match.

Algo andava no ar. Durante a semana, por muito que as palavras dissessem o contrário, uma desconfiança pairava acerca do jogo decisivo. Desconfiança esta menorizada por uma brilhante (mas extremamente desgastante quer fisicamente como psicologicamente) vitoria do Real sobre os seus odiados rivais que quase lhes deu o título.

A forma autoritária como o Bayern jogou e, sobretudo, simples, eficaz, planeada, em total contraste com um Real que explodia a espaços graças as correrias de Ronaldo e Ozil (não refiro o Di Maria pois parece um tolinho a jogar à "Cabra Cega"), anunciou que a coisa estava muito complicada.

Mesmo na 1ª meia hora do jogo de Madrid, com mais dois golos de Ronaldo, o Bernabéu estava intranquilo. O Bayern jogava a seu belo prazer enquanto que tudo saía demasiado confuso e esforçado do lado Merengue.

O problema do Real não foi relaxamento. Não foi azar e não foi o árbitro. O problema é que, o Bayern é uma equipa muito mais completa que o Real Madrid.

Atrevo-me a dizer até que tem melhor equipa.

Em termos atacantes, Ribery, Robben e Gomez tem um poder de fogo acumulado incomparavelmente superior ao do Real. Do lado de Madrid, apesar de Ronaldo ser melhor do que qualquer um deles, Benzema e Higuain não são avançados de topo como Gomez e, Di Maria, nem sequer deveria aparecer junto a nomes como os dos extremos Bávaros.

Ainda no meio campo, apesar do talento de Ozil, jogar com Alonso e Kedhira é suicídio. Ambos são lentos, posicionais, e não trazem dinâmica ao jogo. Combater os móveis e mais habilidosos centro campistas Alemães tornou-se impossível. Na minha opinião, Mourinho é repetente neste erro.

Em termos defensivos, apesar dos centrais do Real serem melhores que os do Bayern, os laterais não o são. E muito menos o Guarda Redes (Neuer, desde um jogo no Dragão pelo Schalke, é pra mim o melhor GR do mundo). Arbeloa é um remendo inconsequente e tanto Coentrão como Marcelo comprometem enormemente quando tem de defender jogadores de topo.

Ao facto de, na globalidade, a equipa de Munique não ser nada inferior à do Real Madrid, adiciona-se ainda o facto de ser uma equipa montada há algum tempo. Muitos jogam juntos há muito tempo (clubes e selecção) e estão integrados na filosofia do clube há mais tempo.

O Bayern, tal qual o Barça, parece um produto mais acabado do que o Real. Real esse que mostrou ter muito por onde crescer, especialmente em harmonia, automatismos e, especificamente, qualidade em certas posições.

A José Mourinho digo: Ontem a Taça, Hoje a Liga e Amanhã o Mundo!